Boiadeiros

São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com gado em fazendas. Eles trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda, usando canções antigas que citam o trabalho com o gado e a vida singela nas fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade.

Os Boiadeiros podem parecer um pouco carrancudos, pois são de poucas palavras, mas na verdade possuem um grande coração capaz de auxiliarem a todos com muita simplicidade, fé e principalmente com amor à vida.

Eles já participaram do mesmo plano que nós, tiveram os seus objetivos de vida carnal cumprido e decidiram se tornar Guias Espirituais da Umbanda após desencarnarem.

Os Boiadeiros utilizam chapéus de vaqueiros, laços de corda e chicotes de couro, são ágeis e costumam chegar aos terreiros com sua mão direita levantada, girando, como se estivesse laçando, esbravejando a inconfundível toada “êeeeeee Boi” como se ainda estivesse tocando seu rebanho.

Eles apreciam uma boa comida da roça, bebidas simples, mas também as iguarias do povo mais moderno como uma cerveja.     

Todas as suas comunicações, – inclusive os pontos cantados – remetem-se a vida no campo, a força de vontade, ao amanhecer e ao despertar de atitudes e garra de um boiadeiro ou vaqueiro. Portanto, possuem desde sempre uma ligação respeitosa com a natureza e com o seu ciclo harmônico e é por isso que são orientadores tão especiais em todas as giras de Umbanda que participam.

Dentre todos os guias de Umbanda, são eles que seguem a relação com a Orixá Oyá Tempo – Logunan, que juntamente com Oxalá regem o Trono da Fé. São muito hábeis para lidarem com adversidades, pois quando vivos eram exímios conhecedores dos campos, do tempo (clima) e do temperamento instintivo dos animais.

Apesar de serem espíritos, carregam nas suas memórias as lembranças da pureza dos sentimentos, onde todos eles se mostravam de maneira simples e avassaladora. São pessoas com grandes amores, devotas à terra e a tudo que eles conseguem explorar de bom dela. E é com essa fervura de energia que eles surgiram para auxiliar sem medo quem os procuram, combatem as vibrações ruins com maestria e saem à defesa daqueles que reconhecem os erros e pedem por auxílio, são muito bravos e destemidos e trarão para o indivíduo uma forte carga de vigor, com a qual ele se sentirá renovado para prosseguir com fé o seu caminho.

Quando sustentados por Ogum, esses bravos guerreiros são como guardas que utilizarão toda sua energia para defender o que pertence à Lei Maior, trazendo paz e harmonia. Já na Linha da Mãe Oyá Tempo, eles libertam os consulentes de espíritos negativos e até mesmo de obsessores.

Seus trabalhos não limitam-se só aos que estão vivos, os desencarnados também recebem seus auxílios. Chamam as pessoas que saíram do caminho certo de “boi”, e suas missões são todas voltadas a resgatar aqueles que fogem do caminho da verdadeira felicidade. Portando, todos que se rebelam contra a Lei Divina, possuem uma chance por meio da força dos Boiadeiros para retornarem à estrada de paz.

Em um determinado ponto da Linha dos Boiadeiros, começam a se manifestarem os Cangaceiros, – também presentes nos Guias Baianos – embora visto como marginalizados, esses homens lutaram contra tiranos que exploravam os povos sofridos do Nordeste, mesmo que tenham agido de maneira errada enquanto vivos, suas intenções eram todas fundamentadas no sonho de igualdade, proteção e justiça e como Guias de Umbanda, eles cumprem esse papel de maneira correta e dentro da Lei.

O Boiadeiro na Umbanda possui as características do homem sertanejo, de vida simples e que age instintivamente de forma que consiga compreender melhor o meio em que habita. Ele pode ser descendente de brancos, negros e índios, a grande maioria foi vaqueiro, boiadeiro, tocador de viola ou laçador.

Ele sempre vem acompanhado de seu laço ou o chicote, onde na gira de Boiadeiro na Umbanda, quando o utiliza cria ondas no Tempo, com as quais ele recolherá todos os espíritos perdidos nas energias negativas. Outro adereço muito comum é o chapéu de boiadeiro e colares feitos de pedras ou sementes.

Nomes comuns: Zé Mineiro, Boiadeiro da Jurema, João Boiadeiro, Zé do Laço, Boiadeiro do Rio, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro de Chapéu de Couro, Boiadeiro do Chapadão, Carreiro, Boiadeiro da Serra da Estrela, entre outros.

Oferenda aos Boiadeiros

Os alimentos de maior agrado desses Guias são frutas e as bebidas como o vinho tinto e branco, suco de frutas cítricas e até mesmo a pinga. Os pratos preferidos: arroz com lentilhas e carne seca desfiada, caldo de mocotó, arroz e feijão tropeiro, arroz carreteiro e costela de boi.

 Cores dos Boiadeiros

Amarelo e azul escuro, algumas vezes também pode-se observar o uso de roxo e marrom.

Saudação aos Boiadeiros

Jetuá, Boaideiro! Que significa: Salve aquele que possui braço forte, Boiadeiro!

Os Boiadeiros são guias valorosos e de grande coragem, carregando sempre consigo boas energias, força de vontade, muito respeito pelas criaturas e pelas pessoas, com humildade acima de tudo. Atuam firmemente na limpeza dos ambientes e mantém longe os espíritos ruins.

Espero que tenham gostado de mais um conhecimento!

Beijos,

Márcia Fernandes

*** Antes de fazer qualquer uso de erva, planta, outros recursos para banho ou produto (atenção às informações do rótulo), certifique-se de que não é alérgico a nenhum componente citado. Na dúvida, sempre busque orientação médica. Este produto e/ou procedimento tem fundamento somente espiritual, portanto, não substitui consultas de ordem médica, psicológica e psiquiátrica. Os banhos, rituais e dicas podem ajudar a resolver muitas situações em sua vida, se feitos com fé, porém a transformação de sua vida depende somente de seu poder mental e espiritual.

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