Estou sempre em contato com as pessoas e tenho observado entre elas uma nova forma se relacionar. Não apenas no relacionamento a dois, mas nas relações humanas em geral é possível notar um esfriamento, um distanciamento, especialmente nos mais jovens.
É claro que isso não é fruto apenas da idade, mas também das mudanças no estilo de vida. A tecnologia tem tornado tudo mais rápido, acelerado, e globalizado, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. E claro que aqueles que têm mais contato com esse mundo, são mais influenciados por ele.
Mas o que noto, infelizmente, é que aquilo que poderia ser utilizado para a união, acaba afastando as pessoas.
Twitter, Orkut, Facebook, MSN, são ferramentas fantásticas, nos permitem falar com aquela pessoa mais distante, ou aquela que não vemos há muito tempo. No entanto, são essas mesmas ferramentas que inibem uma ligação entre amigos, até mesmo no dia do aniversário, não é mesmo?
E a pressa então? Na correria do dia a dia quem nunca fechou a cara no elevador? Fingiu não ver o seu vizinho? Não respondeu aos amigos no telefone? E com isso vamos nos tornando cada vez mais intocáveis, mais frios.
Surge então o medo do relacionamento, a dificuldade do contato e da entrega. Passamos a não querer ser requisitados por um professor ou chefe, a não querer conhecer outras pessoas, chegando até mesmo a evitar um abraço ou um carinho de nossos pais.
Acontece que os problemas não param por aí, sozinhos no quarto bate aquele temor, o medo da solidão. Não há tecnologia que preencha esse vazio. Então, vulneráveis, muitos de nós buscam outras pessoas, com quem acabamos “ficando” e não amando.
No fim nos tornamos pessoas rasas, com relacionamentos superficiais, e com um enorme vazio na alma. Então, por favor, vamos mudar isto! Só hoje, vale a pena tentar encarar o próximo. Só hoje, vale não ter medo de ser tocado. Só hoje, vale abrir o coração e sentir.
Que tal dar 6 abraços por dia? No vizinho, no irmão, no padeiro, no açougueiro, no porteiro… Vou correndo abraçar…
Muito amor para todos vocês,
Márcia Fernandes.